Lição 3 – Missões Transculturais no Antigo Testamento
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO
II – O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES
III – ALIANÇAS ENTRE DEUS E A HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
1. Identificar Israel como um povo escolhido para um propósito missionário;
2. Demonstrar o amor de Deus para outras nações;
3. Relacionar as alianças de Deus com a humanidade no Antigo Testamento.
III – ALIANÇAS ENTRE DEUS E A HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
1. Alianças de Deus
Com a Queda do homem e toda a criação, todos ficaram sujeitos ao pecado. Entretanto, Deus providenciou os meios para redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida. O Senhor estabeleceu algumas alianças com o homem a fim de tornar conhecida a sua glória entre as nações e receber delas a legítima adoração.
Aliança em hebraico é determinada pelo termo berit karat, que significa “fazer (literalmente ‘cortar’ ou ‘lapidar’) uma aliança”.
Em grego, o termo é diatheke (que pode significar tanto “pacto” como “último desejo e testamento”), e o verbo é diatithemi (At 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16).
2. Aliança incondicional e condicional
Uma aliança é um acordo entre duas ou mais pessoas em que quatro elementos estão presentes: partes, condições, resultados, garantias. Existem na Bíblia alianças condicionais e outras incondicionais.
J. Dwight Pentecost (1915–2014), em Manual de Escatologia, define a Aliança Divina com o seu povo da seguinte maneira:
1) É uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, da sua própria iniciativa, bênçãos definidas para aqueles com quem compactua;
2) É uma proposta de Deus, em que Ele, num contrato condicional e mútuo com o ser humano, segundo condições preestabelecidas, promete conceder bênçãos especiais ao indivíduo, desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas em caso de não cumprimento.
São oito as principais alianças de significado especial que explicam o resultado dos propósitos de Deus para com o homem: 1) Aliança Edênica (Gn 2.16,17), que condiciona a vida do homem na inocência; 2) Aliança Adâmica (Gn 3.15), que condiciona o homem caído e dá a promessa de um Redentor; 3) Aliança Noética (Gn 9.11-15), que estabelece o princípio do governo humano; 4) Aliança Abraâmica (Gn 12.1-3), que inaugura a nação de Israel e confirma, com acréscimos específicos, a promessa adâmica da redenção; 5) Aliança Mosaica (Êx 19.5,6), que condena a todos os homens, “pois todos pecaram” (Rm 3.23; 5.12); 6) Aliança Palestiniana (Dt 30.1-3), que garante a restauração final e a conversão de Israel; 7) Aliança Davídica (2 Sm 7.16), que estabelece a perpetuidade da família davídica cumprida em Cristo (Mt 1.1; Lc 1.31-33; Rm 1,3), e do reino davídico sobre Israel e sobre a terra, a ser cumprida em e por Cristo (2 Sm 7.8-17; Zc 12.8; Lc 1.31-33; At 15.14- 17; 1 Co 15.24); e 8) Nova Aliança (Hb 8.8), repousa sob o sacrifício de Cristo e garante bênção eterna, sob a Aliança Abraâmica (Gl 3.13- 29), de todo aquele que crê. É a última das alianças que Deus fez com Israel. É incondicional, definitiva, eterna. As demais trouxeram o povo de Deus até ela. O Reino de Deus firmado com Davi, e com alcance mundial, agora é manifesto a todo o mundo.
As alianças bíblicas são importantes como uma chave para duas grandes facetas da verdade: Soteriologia e Profecia.
Soteriologia – O plano de Deus através de Jesus Cristo para redimir os seus eleitos está revelado de uma maneira ampla e profunda nas sucessivas alianças.
Profecia – As alianças abraâmicas, palestiniana, davídica e as novas alianças abrem todo o panorama relacionado à primeira e à segunda vinda de Cristo, e o seu reinado milenar na terra. A maior parte das grandes alianças revela fatos relacionados ao sofrimento, sacrifício, governo e reinado do Messias.
Não restam dúvidas de que os desígnios de Deus abrangem toda a humanidade. O seu alvo é revelar a sua glória e conhecimento a todos os povos, raças, línguas, tribos e nações. Israel foi por diversas vezes advertido pelos profetas a não guardar a mensagem de salvação somente para si, mas proclamá-la “entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas” (Sl 96.3).
Entretanto, o chamado missionário não foi totalmente perdido entre os judeus. Roger Greenway, na obra Ide e fazei discípulos – uma introdução às missões cristãs, deixa claro que as falhas de Israel são bem conhecidas. Os israelitas perderam muito do seu testemunho por adotarem elementos de religiões pagãs. Eles tornaram-se mais preocupados com a sua identidade racial e nacional do que com o dever de serem testemunhas para Deus. Eles tinham pouca preocupação de que os gentios perdidos fossem salvos (vide livro de Jonas).
Contudo, afirma Roger:
Deus, porém, fez com que Israel se tornasse uma bênção para as nações, apesar de suas falhas. Os judeus perceberam e preservaram o Antigo Testamento e o traduziram em grego, a língua mais usada nos dias dos apóstolos. Escribas judeus inspirados mantiveram viva a ideia de que um dia todas as nações e povos ouviriam a Palavra de Deus e a ela responderiam. Cristo veio de Israel e ele é o Salvador do mundo (Jo 4.42).
Dessa forma, ele conclui que é impossível entender devidamente missões no Novo Testamento sem considerar as suas raízes no Antigo Testamento.
O amor de Deus para com as outras nações deve ser cultivado e colocado em prática por todos quantos têm paixão pelas almas perdidas.
Texto extraído da obra, “ATÉ OS CONFINS DA TERRA”, livro de apoio ao 3º trimestre, publicado pela CPAD.