Lição 11 – A salvação não é obra humana
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A SALVAÇÃO SOB A GRAÇA DE DEUS
II – SOTERIOLOGIAS INADEQUADAS NA ANTIGUIDADE
III – AS SOTERIOLOGIAS INADEQUADAS DE HOJE
CONCLUSÃO
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
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Ensinar a respeito da doutrina da salvação sob a graça de Deus;
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Elencar ensinos inadequados sobre a salvação na antiguidade;
III) Correlacioná-los aos ensinos inadequados sobre a salvação na atualidade.
A INCAPACIDADE HUMANA PARA SALVAR-SE
Assim como acontece em Romanos que, antes de apresentar uma exposição da provisão divina para a redenção humana, ou seja, desenvolver o tema da justiça de Deus pela fé em Jesus previamente anunciada (Rm 1.17), o apóstolo apresenta primeiro a corrupção geral do gênero humano (1.18- 32); da mesma maneira, ele procede em Efésios 2.1-10. O apóstolo mostra primeiro o estado de miséria em que viviam os efésios, revela a fotografia espiritual de todos os seres humanos (vv. 1-3), uma maneira de descrever a situação espiritual de todos os seres humanos. Em seguida, apresenta a graça de Deus como fonte da salvação. A descrição dessa condição pecaminosa da natureza humana confirma a extensão da corrupção do gênero humano, estudado no capítulo anterior.
“Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados” (v. 1). Mesmo apresentando uma expressão contundente que serve para reforçar a dura realidade do pecado: “mortos em suas transgressões e pecados” (v. 1), o apóstolo Paulo mostra o que pretende anunciar mais adiante, a graça de Deus, com as palavras introdutórias, “Ele lhes deu vida, quando vocês…”. Isso ele retoma mais adiante no v. 5: “estando nós mortos em nossas transgressões”, mas, dessa vez, nessa passagem, o apóstolo se inclui como o faz no v. 3a, “entre eles também nós todos andamos no passado”. Sendo ele um judeu, nesse caso, se identifica também com esses “mortos”, usando a construção grega kai ontas hēmas;135 com isso, ele reafirma o que revela em Romanos: “Temos nós alguma vantagem? Não, de forma nenhuma. Pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado” (Rm 3.9). A morte aparece como metáfora para tornar mais vívida e pitoresca a gravidade da pecaminosidade humana.
O apóstolo usa mais duas expressões para mostrar a triste realidade de toda a raça humana, que os pecadores andam, “segundo o curso deste mundo [katá ton aiōna tou kosmou], segundo o príncipe da potestade do ar” (v.2). O apóstolo emprega fraseologia similar da segunda parte desse versículo mais adiante, em Efésios 6.12, “principados e potestades”. Esses dois termos em “contra os principados, contra as potestades” aparecem juntos, pelo menos, dez vezes no Novo Testamento. Os “principados”, archai, em grego, cuja ideia é primazia e poder; as “potestades”, exousíai, denotam liberdade para agir. Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como para os demônios investidos de poder (1 Co 15.24; Cl 2.15). Desse modo, a expressão se refere a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na esfera espiritual, mas, na segunda parte do v. 2 é uma referência ao estado espiritual do mundo.
A terceira parte que afirma, “do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (v. 2c); mostra que os pecadores são guiados pelo espírito das trevas e são identifcados por mais uma expressão, “filhos da desobediência”, que revela o grave estado espiritual dos pecadores. Trata-se do espírito do deus deste sistema de coisas: “nos quais o deus deste mundo [aiōn] cegou o entendimento dos descrentes” (2 Co 4.4); “deste século” (ARC); em outras palavras, o próprio Satanás.
No v. 3, depois de esclarecer a influência maligna atuante nos seres humanos, Paulo revela a inclinação da carne que leva aos desejos ilícitos, e conclui afirmando que os pecadores são “por natureza filhos da ira” (v. 3). Essa perícope introdutória de Efésios 2.1-10 resume todo o pensamento bíblico soteriológico, no que diz respeito à salvação pela graça de Deus e sobre a impossibilidade de alguém angariar a vida eterna por seus próprios meios e esforços.
Texto extraído da obra Em Defesa da Fé Cristã, editada pela CPAD.