Lição 04 – Um encontro em Jerusalém e os falsos irmãos.
Orientações Iniciais:
Professor(a), a paz do Senhor!
Chegamos à quarta lição deste abençoado trimestre. Durante esta aula, você deverá apresentar a defesa de Paulo em seu ministério; refletir a respeito dos ensinos de Paulo a respeito dos falsos irmãos; e apresentar o evangelho da incircuncisão. Partindo desses objetivos, é importante que a sua aula seja planejada para que não haja imprevistos que prejudiquem o seu desenvolvimento e o alcance da meta proposta.
Para ajudá-lo(a) a se aprofundar um pouco mais no assunto dos falsos irmãos, apresentado na lição, trazemos um trecho extraído do livro do trimestre cujo conteúdo também é de autoria do pastor Alexandre Coelho.
Os falsos irmãos:
Paulo cita que, em Jerusalém, eles foram observados por pessoas consideradas “falsos irmãos”: “E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão” (2.4). Eles estavam entre os crentes em Jerusalém, tinham acesso aos apóstolos e conheciam a Lei de Moisés, porém não colaboravam com o evangelho. Os falsos irmãos estavam ali para impor aos visitantes a obrigatoriedade de eles seguirem todos a Lei como um requisito para a salvação. Aparentemente não falaram nada, mas Paulo percebeu e registrou aos gálatas aquela tentativa de intromissão.
A chegada da comitiva missionária em Jerusalém não apresenta uma ação refratária por parte dos apóstolos. Estes receberam com apreço a comissão; já os falsos irmãos, não, pois desejavam sujeitar a comissão aos seus próprios ditames. E de que forma eles fizeram essa tentativa? Entraram como espiões. De forma não autorizada, aquele grupo de pessoas buscou observar o comportamento e os membros da comitiva, a fim de levantarem algum motivo para desgastar-lhes a imagem ou obrigá-los a fazer alguma coisa.
Paulo valorizava a liberdade em Cristo, pois conhecia muito bem a sujeição que o judaísmo dos seus dias fez a ele. De devoto tornou-se perseguidor, crendo que estava defendendo a sua fé. Paulo identificava-se com Cristo e a sua mensagem, e não se submeteria aos caprichos de um grupo de judeus radicais, cujo ensinamento não fora confirmado pelos apóstolos. O apóstolo dos gentios não se deixaria envolver pelo legalismo outra vez.
É claro que foi uma atitude ousada a de Paulo, ao levar Tito consigo. Introduzir um gentio no quartel-general da igreja em Jerusalém poderia ter sido interpretado como um ato deliberado de provocação. E, até certo ponto, provavelmente o foi, embora o objetivo de Paulo não fosse a provocação. Não foi com a intenção de despertar atritos que ele levou Tito a Jerusalém, mas para estabelecer a verdade do evangelho: que judeus e gentios são aceitos por Deus nos mesmos termos, a saber, a fé em Jesus Cristo,’ e, portanto, todos devem ser aceitos pela igreja sem nenhuma discriminação.
Paulo percebeu o ardil claramente. Não era uma simples questão de circuncisão ou incircuncisão, de costume gentio ou judeu. Era um assunto de importância fundamental referente à verdade do evangelho, isto é, de liberdade cristã versus escravidão. O cristão foi libertado da lei no sentido de que a sua aceitação diante de Deus dependa inteiramente da graça de Deus na morte de Jesus Cristo aceita pela fé. Introduzir obras da lei e fazer a nossa aceitação depender de nossa obediência a regras e regulamentos era fazer o homem livre retroceder para a escravidão.
Neste princípio, Tito era um teste. Era verdade que ele era um gentio incircunciso, mas era também um cristão convertido. Tendo crido cm Jesus, fora aceito por Deus em Cristo, e isso, dizia Paulo, era suficiente. Nada mais era necessário para a sua salvação, como o confirmou mais tarde o Concílio de Jerusalém (veja At 15). (STOTT, 2021, p. 42, 43)
Temos, ao menos, duas lições a aprender daqui:
1. Nem todos os que estão entre nós são verdadeiros irmãos.
2. Ele resistiu a essas pessoas, não se sujeitando em nenhum momento às investidas. Paulo poderia fazer a política da boa vizinhança para que Tito fosse aprovado, mas isso seria um retrocesso. Os falsos irmãos não queriam fazer a obra de Deus. Eles queriam colocar a equipe missionária em servidão (Gl 2.4). É provável que aqueles falsos irmãos tivessem tentado ver se Tito havia sido circuncidado para, em seguida, ser aceito como um membro da comissão de apóstolos enviados aos gentios. O que os falsos irmãos desejavam era obrigar Paulo, a sua equipe e a sua mensagem aos ditames judaicos.
Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o Verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!