Liçao 07 – Promessa que não pode ser revogada.
Professor(a), a paz do Senhor!
Chegamos à lição sete e, durante esta aula, trataremos da importância da promessa em detrimento da Lei.
“A Lei tem duas funções. Sob o aspecto positivo, ela revela a natureza e a vontade de Deus, além de indicar às pessoas como devem viver. Sob o aspecto negativo, ela indica os pecados das pessoas, mostrando que é impossível agradar a Deus, tentando obedecer plenamente a todas as suas leis. A promessa de Deus a Abraão tratava da fé deste homem, e a lei está focalizando duas ações. A aliança com Abraão mostra que a fé é a única forma de salvação, enquanto a lei mostra como devemos obedecer a Deus sob a forma de um grato reconhecimento. A fé não invalida a lei, mas quanto mais sabemos a respeito de Deus, mais percebemos como somos pecadores. Então somos levados a depender somente de nossa fé em Cristo para nossa salvação.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal)
Para ajudá-lo(a) a se aprofundar um pouco mais no assunto de que a Lei não tem poder de anular a promessa de Deus feita a Abraão, apresentado na lição, trazemos um trecho extraído do livro do trimestre cujo conteúdo também é de autoria do pastor Alexandre Coelho.
II – A LEI NÃO INVALIDA AS PROMESSAS DE DEUS
1. A Lei não é contra as promessas de Deus:
“Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei” (Gl 3.20,21).
É estranho imaginar que o Senhor tenha feito um pacto com Abraão e, quatrocentos anos depois, tenha mudado as regras, fazendo uma Lei para os descendentes de Abraão, mudando, assim, os termos antes acertados. Na sua fidelidade, o Eterno mantém o que foi ajustado com Abraão ao longo dos séculos.
Paulo pergunta: “Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei” (Gl 3.21). O que os judaizantes não compreendiam é que a Lei e a promessa de Deus não eram opostas. Deus não criou a Lei para esta se opor à promessa que Ele fizera a Abraão, mas, sim, para conduzir os hebreus à fé em Cristo. Ela era um aio, como veremos.
O ponto que Paulo destaca é que os desejos e as promessas expressos em um testamento são inalteráveis. E verdade que na lei romana, como na lei atual, um homem podia alterar o seu testamento, fazendo um novo ou acrescentando-lhe aditamentos. Por causa disso, Paulo talvez se referisse à antiga lei grega, através da qual um testamento, uma vez executado e ratificado, não podia ser revogado ou mesmo modificado. Ou talvez estivesse dizendo que ele não pode ser alterado ou anulado por outrem. E certamente não pode ser alterado por ninguém depois que o testante já morreu. Seja qual for o antecedente legal exato, esse é um argumento afortiori, que se o testamento de um homem não pode ser ignorado nem modificado, muito menos as promessas de Deus, que são imutáveis. (STOTT, 2021, p. 82)
2. Tudo está debaixo do pecado:
Antes de falar sobre a Lei como um tutor, Paulo fala que “a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” (Gl 3.22). Como vimos na lição anterior, “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32). A salvação é uma dádiva, e não uma dívida que tenha de ser paga pelo esforço humano. Aqui entra o fator “graça de Deus”. Com todos colocados no mesmo padrão, ou seja, debaixo do pecado, há uma “padronização”, ou seja, ninguém é melhor ou superior a ninguém quando se trata de receber a salvação; ou é pela fé ou, então, não é por caminho nenhum. O padrão de Deus é alto demais para ser alcançado pelos esforços humanos. Ainda assim, Ele usa de misericórdia mediante a sua graça.
Aqui cabe uma reflexão: se a Lei salvasse, por qual motivo Jesus veio para resgatar os que estavam sob a Lei? (Gl 4.5) Como veremos, a Lei não salva, mas serve como um orientador que nos conduz a Cristo.
3. A Lei como “aio”:
A Lei agia como um tutor: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio” (3.24,25). Ele ensinava, conduzia no caminho, mas também tolhia a liberdade. Como um batedor militar, que conduz uma autoridade até o seu destino, o aio assim agia. Ele direciona o comboio, faz a proteção, mas não os deixa em liberdade até que tenham chegado ao destino esperado. A Lei de Moisés deve guiar os seus seguidores até Cristo. Da mesma forma como um aio deveria conduzir uma criança ao destino proposto, assim deveria fazer a Lei.
A Lei de Moisés não é adversária da graça de Deus. Na prática, ela conduz os judeus à graça de Deus, pois as ordenanças mosaicas apontam para uma impossibilidade de agradarmos a Deus pelas obras. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17). A Lei é o que nos prende ao pecado, mostrando, portanto, o que ele é, de fato, e a liberdade dessa prisão só pode vir por Cristo.
CONCLUSÃO:
A Carta aos Gálatas mostra-nos que Deus não revogou a sua promessa para com Abraão. Ele sabia que o patriarca morreria, mas firmou a sua promessa com ele, pois viu nele a fé necessária para receber a promessa. O Senhor cuidou para que a sua promessa fosse mantida ao longo dos séculos, e nem mesmo a Lei dada a Moisés invalidou essa promessa.
Paulo claramente nos mostra que a Lei tem, sim, o seu valor, mas é incompleta, pois não consegue retirar o pecado do coração do homem. Somente o sacrifício do Filho de Deus pode fazer do pecador uma nova criatura e torná-lo filho de Deus e herdeiro da promessa destinada a Abraão.
Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o Verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!