Lição 5 – A Alma – A Natureza Imaterial do Ser Humano
ESBOÇO DA LIÇÃO:
INTRODUÇÃO:
I – ATRIBUTOS DA ALMA
II – A NATUREZA DA ALMA: IMATERIALIDADE E IMORTALIDADE
III – ALMA RENOVADA E SUBMISSA A DEUS
CONCLUSÃO:
Esta lição tem três objetivos que os professores devem buscar atingi-los:
I) Fazer os alunos compreenderem que a alma é a sede das emoções, da razão e da vontade;
II) Demonstrar aos alunos, com base bíblica, que a alma é uma parte imaterial e imortal do ser humano, capacitando-os a refutar visões materialistas;
III) Conscientizar os alunos da necessidade de cultivar uma alma saudável por meio da oração, da meditação na Palavra de Deus e de hábitos santos..
No Capítulo 1, fizemos uma abordagem preliminar a respeito da alma quando tratamos da tríplice natureza do ser humano. Destacamos que, na tricotomia, a alma aparece como integrante da parte imaterial, distinta do espírito, porém inseparável dele. (Sobre essa inseparabilidade, Timothy Munyon (1996, p. 248) cita Myer Pearlman, que afirma que “alma e espírito são inseparáveis porque o espírito está entretecido na própria textura da alma. Fundidos e caldeados numa só substância”. O pastor Antonio Gilberto (2021, p. 1922) refere-se à distinção e à inseparabilidade entre alma e espírito afirmando que eles interpenetram-se de modo profundo e misterioso. O pastor Severino Pedro da Silva (1988, p. 142) também menciona a unidade de substância e natureza e junção entre alma e espírito: “A alma humana e o espírito são, de fato, duas substâncias espirituais formadas pelo sopro de Deus (Gn 2.7; Sl 33.15; Ec 12.7; Is 57.16; Zc 12.1; Hb 12.9), para que juntos habitem no corpo humano”).
Essa comum composição e o caráter de inseparabilidade em relação ao espírito são essenciais para o estudo da natureza da alma, inclusive no que diz respeito à sua imortalidade, atributo destacado por Jesus no texto introdutório deste capítulo. Nele o Senhor menciona que a alma (1) está fora do alcance do homem em relação à morte (a alma é imortal) e (2) que está sujeita a perecer eternamente no inferno. Como veremos mais adiante, no texto de Mateus 10.28, assim como em diversos outros, a referência à alma inclui necessariamente o espírito, assim como acontece em muitas passagens relativas ao espírito, como Eclesiastes 12.7, que trata do destino final da parte imaterial mencionando apenas o ruah (o espírito): “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Feita essa consideração inicial, passemos ao estudo da alma e os seus atributos.
[…] Diferentemente dos animais, que foram criados cada um segundo a sua espécie (Gn 1.24,25), o homem é um ser pessoal, criado à imagem e semelhança de Deus. Portanto, o estudo da alma humana está diretamente relacionado ao tema da “imagem de Deus”, considerando as suas faculdades específicas e as que desempenha junto e através do espírito. O homem foi criado com autoconsciência e autodeterminação, que é a capacidade “de dar respostas a Deus, de perguntar a Deus, e ter comunhão com Deus e de amar a Deus” (HOEKEMA, 2018, p. 92). Entende-se que esse aspecto fundamental — de relacionamento com o Criador — é a base do conceito da imago Dei, que inclui todas as características pessoais dadas por Deus ao homem, a fim de que este se relacionasse com aquEle em amor. O autor bíblico não se preocupa em explicar o significado de “imagem de Deus”, apenas o apresenta. Nessa apresentação, algumas questões estão implícitas, e outras, explícitas.
Em primeiro lugar, ao decidir criar o homem à sua imagem, Deus outorgou-lhe parte dos seus perfeitos atributos (os atributos comunicáveis), tais como amor, santidade, justiça e bondade.1 Tais virtudes seriam empregadas pelo homem na sua vida relacional tanto com Deus quanto com o seu semelhante. Não há, portanto, como prescindir dessas características ao considerar-se o que significa a “imagem de Deus” no homem. Em segundo lugar, verifica-se que a imagem de Deus tinha como propósitos funcionais a procriação e o governo da terra. Para tanto, o homem precisava ser dotado de habilidades específicas, também inerentes à imagem divina nele plasmada. O Criador constituiu o homem como o seu representante, dando-lhe poder de governo sobre toda a obra criada (Gn 1.28).
A capacidade de administração, compreensão e decisão moral que o ser humano possui é resultado do caráter consciente e autônomo da alma. De forma prática, Gênesis apresenta a missão laborativa primordial dada a Adão, que era lavrar e guardar o jardim, o que necessariamente exigia a concessão divina de aptidão intelectual compatível (2.15). O aspecto da imagem também se apresenta na sua condição de discernir entre o certo e o errado e fazer escolhas (2.16,17) e de dar nomes aos animais (2.19). Outro aspecto — este ligado à disposição amorável do homem — é a sua constituição afetiva, demonstrada na afirmação divina da necessidade de uma companheira e na própria expressão de satisfação de Adão ao receber Eva, a primeira composição poética da história humana, segundo alguns eruditos (Gn 2.18,23). Nesse resumo, são verificadas as três faculdades principais da alma, que são: emoção ou sentimento, razão ou intelecto e volição ou vontade.
Texto extraído da obra Corpo, Alma e Espírito, editada pela CPAD.
