Lição 05 – Advertência contra o legalismo.
Professor(a), a paz do Senhor!
Chegamos à lição cinco e, durante esta aula, trataremos da vivência correta de uma fé correta. Tal verdade é vista no conflito que aconteceu entre Paulo e Pedro, quando irmãos de Jerusalém vieram a Antioquia e Pedro sentiu-se constrangido a afastar-se dos gentios para agradar aos judeus. A resposta de Paulo a essa atitude de Pedro foi registrada e serve-nos de exemplo sobre o que pode acontecer quando uma pessoa nega, com uma atitude, um ensino das Sagradas Escrituras. O evangelho de Jesus deve ser ensinado e defendido a todo custo, principalmente na comunidade dos santos.
Para ajudá-lo(a) a se aprofundar um pouco mais no assunto da advertência de Paulo conta o legalismo, apresentado na lição, trazemos um trecho extraído do livro do trimestre cujo conteúdo também é de autoria do pastor Alexandre Coelho.
1. Estou crucificado com Cristo:
Paulo mostra que a sua fé está baseada na morte e na vida. Na morte, crucificado com Cristo, e na vida, existindo pautado na fé no Filho de Deus. Uma vez que Jesus morreu por Paulo, este se declara morto para a Lei e, portanto, vivo para Cristo. O que é ser crucificado com Cristo? É identificar-se com Ele na sua morte. Para Cristo, a morte foi o preço pago para nossa salvação. A cruz é o símbolo da derrota do pecado, mas um desafio constante para os seguidores de Jesus, que devem tomar cada dia a sua cruz e segui-lo.
Depois de escrever seu próprio obituário, Paulo explica as circunstâncias de seu falecimento: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.19-20). Aqui, o apóstolo indica quando morreu para a lei: ele morreu para a lei quando Cristo morreu na cruz.
Este texto revela algo muito surpreendente sobre a cruz. Mostra que pelo menos quatro coisas foram pregadas na cruz do Calvário. Obviamente, uma delas é o próprio Jesus, através de suas mãos e pés. Como os registros mostram claramente, ele foi condenado a morrer crucificado, sendo cravado no madeiro. Também preso à cruz com um martelo e um prego, estava o anúncio público que dizia: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (Jo 19.19). A terceira coisa que foi pregada à cruz foi a dívida do nosso pecado. Paulo explicou isso aos colossenses: “Deus perdoou todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.13-14). O escrito da dívida era a lei de Deus, que nos condena ao listar todos os nossos pecados; tal escrito Deus cancelou, pregando-o na cruz. Mas aqui está a surpresa: se você é um seguidor de Cristo, então você foi pregado à cruz também. A crucificação não é apenas um fato sobre a vida de Cristo e um evento importante na história humana, mas também faz parte da história pessoal de cada cristão. (RYKEN, 2019, p. 74
2. A fé no Filho de Deus:
Paulo realça que vive a fé no Filho de Deus. Ele não diz que a sua vida diante de Deus está pautada na Lei, mas identifica-se com a crucificação do Senhor. Cristo cumpriu toda a Lei e, ao morrer na cruz, mostrou que os requisitos exigidos por Deus foram cumpridos. A Lei de Moisés conduzia a Cristo, e é o sacrifício de Cristo que nos conduz a Deus. Mais do que isso, agora Cristo vive em nós. O evangelho de Jesus não se baseia nas práticas da Lei, mas na morte e ressurreição do Senhor.
Ter fé no Filho de Deus implica confiar que o seu sacrifício não precisa ser complementado por normas que não servem mais, ou porque foram dadas a outro grupo cultural, ou porque os requisitos para nossa salvação já foram cumpridos de forma perfeita pelo Cordeiro.
3. Cristo morreu por nada?
Quando cremos ou ensinamos que é preciso acrescentar práticas judaicas ou outras práticas à mensagem do evangelho, estamos negando que o sacrifício de Jesus por nós é completo e suficiente. A Lei de Moisés não acrescenta nada à nossa salvação, e as obras que fazemos na vida cristã servem para refletir a glória de Deus em nossa vida. Se mudamos esse princípio, então estamos declarando que Jesus morreu por nada e que o sacrifício dEle precisa ser reforçado — pelos gentios — com práticas que Deus ordenou aos filhos de Abraão. O preço que Ele pagou foi alto demais para que possa ser reduzido.
O conflito entre os apóstolos, como nos é dito na Palavra, não ocorreu sem um motivo. Pedro, pressionado pelo poder do grupo, cedeu e afastou-se dos irmãos gentios, mostrando, mesmo sem intenção, que partilhar a mesa com irmãos de outra cultura seria mal-visto pelos irmãos de Jerusalém. Lembremo-nos de que Paulo, tendo estado em Jerusalém e sendo espionado pelos falsos irmãos, não cedeu à pressão de circuncidar Tito, que era um obreiro grego. Paulo manteve firme a sua posição em Jerusalém e manteria essa posição em Antioquia, como vimos, pois o seu compromisso era com a integridade do evangelho. Dessa forma, mantenhamos com firmeza a mensagem que recebemos, pois estamos crucificados com Cristo e identificamo-nos com Ele na sua morte, assim como Paulo também o fez.
Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo: Vivendo o Verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo